Jefferson Conceição e Alessandra Rosa
A
indústria têxtil e de confecções é uma das mais tradicionais cadeias
produtivas. No Brasil, emprega 1,7 milhões de pessoas (as mulheres representam 75%).
O país é o 5º maior produtor de têxteis e o 4º de vestuário. Sua participação
no comércio mundial, porém, ainda é muito pequena: 25ª posição em têxteis e 81ª
em vestuário, segundo a Abit (Associa- ção Brasileira da Indústria Têxtil e
Confecção). No ABCD, em 2013, a produção foi de 37 mil ton. (têxtil) e 13 mil
ton. (confecções), gerando 9.700 empregos.
O
setor enfrenta sérios desafios no que diz respeito à competitividade desde a
década de 1990, com a abertura comercial. Esta indústria foi uma das que mais
sofreu com a concorrência internacional, especialmente a asiática. As novas
tecnologias internacionais tornaram muitos dos equipamentos nacionais
obsoletos. Segundo a Abit o setor de vestuário aumentou o volume de importação
de 40 mil ton. em 1997 para 115 mil ton. em 2012.
A “guerra fiscal” também marcou o setor nos
últimos anos. Na busca de uma mão de obra mais barata, isenções fiscais e
infraestrutura, empresas se deslocaram, especialmente para o Nordeste. Isto
agravou ainda mais os problemas nas tradicionais regiões de produção da
indústria, inclusive o ABCD.
Para
tornar o setor competitivo, o Governo Federal, em 2000, criou o Fórum de
Competitividade. Um passo a mais foi dado em 2008 com a instituição da “Agenda
de Ações da Política de Desenvolvimento Produtivo Têxtil e de Confecções”.
Entre os resultados estão as novas condições de créditos e financiamentos
através do BNDES.
O
Grande ABCD vem buscando também gerar políticas que visam aumentar a
competitividade do setor. O APL (Arranjo Produtivo Local) do ABCD, iniciado no
final de 2013, trouxe à tona temas como qualificação de mão de obra, novos
mercados e financiamento. Este APL é coordenado pela Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo, Grupo VIC
(Vestindo e Investindo em Confecção), Sindicato dos Profissionais em Confecção do
ABCD e Sebrae. Parcerias com instituições como Senai e Fei geraram novos cursos
de qualificação. O APL realizou também convênio com a Prefeitura de São
Bernardo para conceder descontos aos servidores, nas compras em lojas de
confecção, que poderá ser estendido para mais municípios. Convênio com a Caixa
Econômica proporcionou linha de credito com juros de 0,83% a.m para capital de
giro. Foi criado catálogo on line e enviado para toda rede de comércios e
indústrias, visando a divulgação das empresas. Uma versão impressa do catálogo
está sendo discutida.
O
APL busca parceria com a Abit em áreas como de tratamento de resíduos sólidos,
em face da nova legislação ambiental. O diálogo deve proporcionar em 2015
políticas que contribuirão para a competitividade do setor. O APL conta hoje
com cerca de 35 empresas participantes da região.
*Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho e Turismo de São Bernardo e Alessandra Rosa é assessora econômica da
secretaria.
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