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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES

Jefferson Conceição e Alessandra Rosa

A indústria têxtil e de confecções é uma das mais tradicionais cadeias produtivas. No Brasil, emprega 1,7 milhões de pessoas (as mulheres representam 75%). O país é o 5º maior produtor de têxteis e o 4º de vestuário. Sua participação no comércio mundial, porém, ainda é muito pequena: 25ª posição em têxteis e 81ª em vestuário, segundo a Abit (Associa- ção Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção). No ABCD, em 2013, a produção foi de 37 mil ton. (têxtil) e 13 mil ton. (confecções), gerando 9.700 empregos.

O setor enfrenta sérios desafios no que diz respeito à competitividade desde a década de 1990, com a abertura comercial. Esta indústria foi uma das que mais sofreu com a concorrência internacional, especialmente a asiática. As novas tecnologias internacionais tornaram muitos dos equipamentos nacionais obsoletos. Segundo a Abit o setor de vestuário aumentou o volume de importação de 40 mil ton. em 1997 para 115 mil ton. em 2012.

 A “guerra fiscal” também marcou o setor nos últimos anos. Na busca de uma mão de obra mais barata, isenções fiscais e infraestrutura, empresas se deslocaram, especialmente para o Nordeste. Isto agravou ainda mais os problemas nas tradicionais regiões de produção da indústria, inclusive o ABCD.

Para tornar o setor competitivo, o Governo Federal, em 2000, criou o Fórum de Competitividade. Um passo a mais foi dado em 2008 com a instituição da “Agenda de Ações da Política de Desenvolvimento Produtivo Têxtil e de Confecções”. Entre os resultados estão as novas condições de créditos e financiamentos através do BNDES.

O Grande ABCD vem buscando também gerar políticas que visam aumentar a competitividade do setor. O APL (Arranjo Produtivo Local) do ABCD, iniciado no final de 2013, trouxe à tona temas como qualificação de mão de obra, novos mercados e financiamento. Este APL é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo, Grupo VIC (Vestindo e Investindo em Confecção), Sindicato dos Profissionais em Confecção do ABCD e Sebrae. Parcerias com instituições como Senai e Fei geraram novos cursos de qualificação. O APL realizou também convênio com a Prefeitura de São Bernardo para conceder descontos aos servidores, nas compras em lojas de confecção, que poderá ser estendido para mais municípios. Convênio com a Caixa Econômica proporcionou linha de credito com juros de 0,83% a.m para capital de giro. Foi criado catálogo on line e enviado para toda rede de comércios e indústrias, visando a divulgação das empresas. Uma versão impressa do catálogo está sendo discutida.

O APL busca parceria com a Abit em áreas como de tratamento de resíduos sólidos, em face da nova legislação ambiental. O diálogo deve proporcionar em 2015 políticas que contribuirão para a competitividade do setor. O APL conta hoje com cerca de 35 empresas participantes da região.


 *Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo e Alessandra Rosa é assessora econômica da secretaria. 

#industriatextil#industriadeconfecções

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