Jefferson
José da Conceição
Artur Henrique da Silva Santos
No
Brasil, as Secretarias Municipais de Desenvolvimento têm existência
relativamente recente. De modo geral, elas “nasceram” a partir da
década de 1990. Pode-se dizer que elas são “filhas” da crise
daquela década, quando o país - e as cidades das regiões
metropolitanas em particular - vivenciou agudamente os efeitos das
novas “regras do jogo”, entre elas a abertura acelerada de
mercados e a implementação de políticas neoliberais. Os municípios
tiveram que dar respostas concretas ao fechamento ou redução de
empresas e ao consequente desemprego.
Ao
longo destas três décadas, diferentes modelos de gestão no campo
das políticas de desenvolvimento municipal, local e regional foram
se constituindo. É possível diferenciar estas gestões por meio de,
pelo menos, quatro métricas, a seguir apontadas.
1.
Caracterização das Políticas de Desenvolvimento conforme as quatro
métricas
1.1.
Papel da Indução ao mercado pela Gestão Pública
A
primeira forma de classificar as gestões na área das políticas de
desenvolvimento municipal refere-se ao grau que cada uma delas dá ao
papel de indução e direção pela ação pública ao setor privado
em suas estratégias de desenvolvimento local. De um lado, estão
aquelas gestões cujo foco é a criação de condições para que o
mercado opere plenamente. Estas gestões acreditam que o fundamental
é que o governo local (Prefeitura como um todo, Secretaria de
Desenvolvimento, Agência de Desenvolvimento) apenas favoreça a
operação do setor privado. Estas gestões priorizam a redução de
impostos, o trabalho de atendimento de varejo individual e pontual
das empresas, bem como a difusão de informações e oportunidades. O
mercado faria o resto: crescimento, investimentos, expansão de
empregos. Esta visão tópica e reativa da atuação da Gestão
Pública justificar-se-ia, segundo alguns, pela quase ausência de
instrumentos de regulação do desenvolvimento econômico sob o
domínio dos gestores municipais, em itens fundamentais como taxa de
juros, taxa de câmbio, tarifas de importação, tarifas públicas,
entre outros.
De
outro lado, estão as gestões que apostam em um papel mais proativo
por parte da Gestão Pública. Estas gestões não negam a
importância do mercado e das empresas como promotoras do
crescimento, por meio da realização de investimentos, na busca da
valorização do capital. Entretanto, partem da crença de que a
Gestão Pública pode liderar o processo de crescimento, organizando,
em parceria com o setor privado, uma agenda de crescimento, de forma
a orientar os investimentos privados e os rumos dos negócios. Neste
caso, a Gestão Pública teria um forte papel na Governança Local –
papel este de articulação e indução do crescimento. Alinhamo-nos
nesta vertente. Mesmo concordando das limitações que resultam do
fato de que os principais instrumentos de regulação da atividade
econômica são determinados fora da esfera municipal, essas gestões
apostam na força dos processos planejados e baseados na participação
e colaboração dos atores e instituições.
1.2
Papel das Políticas Ativas em relação ao Trabalho e Economia
Solidária
A
segunda métrica refere-se ao grau de prioridade que a Gestão dá à
elaboração e implementação de políticas ativas em relação à
geração de trabalho, renda, empreendedorismo e economia solidária.
Algumas
Gestões sequer têm políticas ativas de Geração de Trabalho,
Renda e Economia Solidária. É mais comum a adoção de políticas
de apoio ao empreendedorismo, tendo em vista uma certa aceitação de
que as metas de geração de empregos formais são de maior
complexidade e dificuldade de alcance. Além disso, muitas gestões
partem da premissa de que a geração de emprego formal e renda seria
uma consequência natural, automática, do crescimento econômico. A
maioria sequer leva em conta realizar uma política de apoio efetivo
à economia solidária. Não dão a devida dimensão da Economia
Solidária, como forma alternativa de produção e de gestão,
baseada nos princípios da solidariedade, democracia e
associativismo. Registre-se que as
incubadoras Públicas
de Empreendimentos Econômicos Solidários têm
se mostrado excelentes alternativas de apoio a este público
socialmente excluído, principalmente por se
tratarem
de espaços
físicos
de acolhimento e
assessoraria aos
empreendimentos da Economia Solidária. Isto,
desde o processo de incubação, organização, consolidação e
sustentabilidade de empreendimentos econômicos solidários por meio
de capacitação técnica, tecnológica e profissional.
Encontramo-nos
no grupo dos que consideram a estruturação e execução das
políticas em relação ao trabalho, renda, empreendedorismo e
economia solidária como fundamentais para promover a ampliação de
oportunidades e inclusão social, bem como para pôr luz e movimentar
pelo menos metade do PIB de cada município. É nesta “outra metade
da economia” que estão as pequenas empresas, os estabelecimentos
informais, os empreendimentos solidários, os empreendedores
individuais etc.
1.3
Papel da Inovação, Ciência e Tecnologia
A
terceira diferenciação entre as gestões reside na ênfase de cada
uma ao peso da inovação, ciência e tecnologia na sua estratégia
de desenvolvimento, e o papel de protagonismo da gestão pública na
articulação de atores e instituições públicas desta área.
De
um lado, há gestões que, embora não explicitem, atuam, na prática,
como se o tema da inovação, ciência e tecnologia fosse assunto
apenas da empresa, das universidades e centros de pesquisa. Não
haveria propriamente um protagonismo por parte do poder público
local. Há ainda gestões que consideram que este tema compete apenas
ao âmbito da União e dos Estados, dado que os principais
instrumentos de apoio à inovação, ciência e tecnologia
(incentivos, financiamento, regulamentações etc) encontram-se
naquelas outras esferas de governo.
Outro
grupo, no qual nos inserimos, acredita no papel da Gestão Pública
também aqui como articuladora de frações cujo trabalho conjunto
não é tradição no Brasil. Caberia ao Poder Público local servir
como “broker” (uma espécie de quebrador de gelo) e
aproximar atores e instituições da área, de forma a emergir
projetos conjuntos. Estas gestões estão mais próximas do chamado
modelo de “tríplice hélice”, que articula em um mesmo projeto o
Poder público, as universidades e o setor produtivo
(empresariado/sindicatos de trabalhadores). Em nossa visão, não
resta dúvida de que este segundo caminho é o mais correto e
frutífero em termos de políticas públicas.
1.4
Papel do diálogo e da participação social
A
quarta métrica, diz respeito à valorização do diálogo social e
da participação dos diferentes atores e instituições públicas e
privadas na construção e implementação das políticas públicas.
Muitas gestões elaboram e implementam políticas de desenvolvimento
baseadas em olhares tecnocráticos, que definem prioridades e
distribuição de recursos sem praticamente ouvir as partes
envolvidas e sem a obtenção de consensos mínimos em torno dos
projetos.
Estamos
entre aqueles que veem a participação e o diálogo social como
essenciais para a definição das melhores escolhas e rotas a serem
tomadas. Isto significa construir, valorizar e apoiar e espaços de
diálogo como Plano Plurianual Participativo, Orçamento
Participativo, Conselhos, Fóruns, Arranjos Produtivos Locais etc. A
partir destes espaços de diálogo, emergem políticas articuladas em
conjunto com representações empresariais, sindicatos de
trabalhadores, universidades, entidades da sociedade civil como o
DIEESE, bem como entidades e instituições representativas dos
diferentes territórios da cidade (subprefeituras, associações
comerciais e industriais, igrejas, entre outras).
2.
Um Novo Modelo de Desenvolvimento e de Gestão
Diante
dessas quatro métricas anteriormente apontadas, cabe, pois,
sintetizar com clareza nossa concepção em relação às Políticas
de Desenvolvimento Municipal, local e regional. Estas políticas
devem, a nosso ver: a) ser proativas e não apenas deixar ao mercado
a condução do processo; b) elaborar e implementar políticas ativas
em relação à geração de trabalho, renda, empreendedorismo e
economia solidária; c) ter como uma das prioridades o tema da
inovação, ciência e tecnologia, em função da conexão deste tema
com todas as cadeias produtivas e com a geração de emprego e renda
qualificado, bem como o incremento da competitividade local; d) ser
construídas e implementadas em diálogo com os distintos agentes
econômicos.
Este
tipo de visão de desenvolvimento – que valoriza políticas
públicas ativas na geração de empregos, renda, empreendedorismo e
economia solidária, aliado à distribuição de renda, participação
e democratização das relações de trabalho – norteia e norteou
as políticas de desenvolvimento conduzidas
pelos autores deste artigo, a partir das diretrizes ditadas
pelos Prefeitos de ambas as cidades, respectivamente em São Paulo e
São Bernardo do Campo.
Desta
forma, um dos autores deste artigo conduziu a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do
Campo entre janeiro de 2009 e julho de 2015. Por conseguinte,
participou das duas Gestões do Prefeito Luiz Marinho (PT). A análise
detalhada da Política de Desenvolvimento Econômico implementada no
período encontra-se no livro intitulado “A Cidade
Desenvolvimentista: crescimento e diálogo social em São Bernardo do
Campo entre 2009 e 2015”. Esta publicação, recém lançada pela
Editora da Fundação Perseu Abramo, é de autoria de Jefferson José
da Conceição, Roberto Vital, Nilza de Oliveira e Jeroen Klink. A
publicação está disponível na íntegra, gratuitamente, no site da
Editora.
Aqui,
vamos nos ater ao caso específico da Política de Desenvolvimento no
município de São Paulo, a maior cidade da América Latina e uma das
Cidades Globais. Em especial, iremos nos referir às ações
implementadas a partir de março de 2014, quando o outro autor deste
artigo se tornou Secretário Municipal de São Paulo.
Partindo-se
dessa forma de conceber a Política de Desenvolvimento, acima
exposta, e considerando-se as diretrizes e metas determinadas pelo
Prefeito Fernando Haddad (PT), a Secretaria de Desenvolvimento,
Trabalho, Empreendedorismo e Segurança Alimentar e Nutricional
estrutura e realiza seus trabalhos como exposto a seguir.
3.
Principais ações da atual Política Municipal de Desenvolvimento da
Cidade de São Paulo
Os
Programas da Secretaria estão divididos em três grandes áreas.
3.1.
Ações de na área do Desenvolvimento Local
Cresceu o papel
das
cidades
como participantes
ativas na globalização.
A proximidade com os atores locais (empresas, universidades, governos
locais, sindicatos e trabalhadores), dá às
cidades protagonismo no
desenvolvimento local.
A
primeira área refere-se às políticas de desenvolvimento local,
especialmente voltadas ao incentivo ao empreendedorismo. Neste
sentido, uma das primeiras e mais emblemáticas ações foi a
criação, pela Secretaria, da Agência São Paulo de
Desenvolvimento, a ADE SAMPA. O papel da ADE SAMPA é o de ajudar a
fortalecer o apoio ao microemprendedorismo na Cidade de São Paulo.
Um
dos projetos de sucesso, que articula inovação tecnológica e
microempreendedorismo, coordenado pela Secretaria, em parceria com a
ADE SAMPA, é o Programa de Valorização de Iniciativas Tecnológicas
(VaiTec), que incentiva, por meio de prêmios em dinheiro (R$ 25 mil
por ganhador), projetos de inovação tecnológica de jovens e
pessoas físicas que contribuam com a gestão da cidade.
Nesta
área do desenvolvimento, uma outra ação importante é a
constituição de um marco regulatório que amplia as oportunidades
para as micro e pequenas empresas e para a agricultura familiar. Este
marco começa por transformar a compra pública em investimento
social, tendo em vista a abrangência das micro e pequenas empresas
na cidade de São Paulo e no Brasil, como um todo.
Assim,
em outubro de 2015, o Prefeito Fernando Haddad assinou o decreto que
regulamenta no município o Estatuto Nacional da Micro e Pequena
Empresa. Com a iniciativa, todas as compras públicas dispensadas de
licitação, em razão do pequeno valor, deverão ser feitas
exclusivamente com micro e pequenas empresas e sociedades
cooperativas. Nas contratações de valor até R$ 80 mil, o processo
licitatório será destinado exclusivamente para esse segmento. Nas
contratações acima de R$ 80 mil, sempre que os produtos e serviços
puderem ser divisíveis, o decreto prevê que a administração
municipal reserve uma cota de 25% para participação exclusiva das
Micro e pequenas empresas (MPEs). O decreto também estabelece a
“margem de preferência” às MPEs sediadas em regiões
prioritárias na cidade, estabelecidas por portarias e definidas por
programas de incentivo, que serão beneficiadas com o pagamento de
até 10% do valor a mais.
Ainda
em relação ao marco regulatório, além das compras governamentais,
a Secretaria pretende provocar a aprovação de uma legislação que
facilite a abertura e o fechamento de empresas.
No
apoio ao microempreendedorismo, é importante também viabilizar
crédito mais barato para os pequenos empreendedores, famílias e
indivíduos. Neste sentido, a Secretaria realizou parceria com a
“Caixa Crescer” e vem buscando dialogar também com outros
bancos. Pretende-se, em parceria com a ADE SAMPA, estruturar nas
subprefeituras um conjunto de ofertas de serviços públicos e de
parceiros, que sejam gratuitos e de interesse do microempreendedor
local.
Outra
prioridade é articular as ações do Conselho Municipal de Ciência
e Tecnologia – no qual participam, além de representantes da
Secretaria, instituições como USP, Mackenzie e Institutos Federais
– com à Política Municipal de Ciência e Tecnologia.
Em
outubro de 2015, a Secretaria, em parceria com o Conselho, reuniu
especialistas na II Semana Municipal de Ciência, Tecnologia,
Inovação e Desenvolvimento. Foram debatidos temas como
“Infraestrutura de telecomunicações na cidade de São Paulo” e
“Inovação e Empreendedorismo com novas tecnologias”.
Pretende-se
articular as instituições que compõem o Conselho Municipal de
Ciência e Tecnologia com a Prefeitura de SP e as representações do
segmento empresarial e sindical, visando debater as etapas e os eixos
para a constituição do Parque Tecnológico da Zona Leste.
3.2
Ações na área do Trabalho e Economia Solidária
A
segunda área em que está organizada a Secretaria é a que concerne
às Políticas ativas no campo do Trabalho e Economia Solidária.
Aqui estão as ações relativas à qualificação profissional,
intermediação de mão-de-obra, a Agenda do Trabalho Decente e a
economia solidária.
As
ações nesta área são dialogadas com o Conselho Municipal de
Emprego (que tem a participação do Poder Público, sindicatos de
trabalhadores e entidades empresariais).
Entre
as ações ganham destaque os 43 Centros de Apoio ao Trabalhador
(CATs) distribuídos nas diferentes regiões da cidade (sendo 7 deles
CATs móveis). Os CATs realizam a intermediação gratuita de mão de
obra, por meio da captação de vagas junto às empresas e sua oferta
aos trabalhadores e trabalhadoras em busca de oportunidades de
trabalho. Em 2015, foram realizados 1,3 milhão de atendimentos por
meio dos CATs. Entre as metas planejadas para os CATs estão a da
implantação de emissão de Carteira Profissional de Trabalho e
Seguridade (CPTS) Eletrônica, em parceria com o Ministério do
Trabalho e Emprego; a ampliação da qualificação do atendimento
nos CAT´s através de serviços de psicologia, assistentes sociais e
atendimento especializado para pessoas com deficiência e preparação
para atendimento com recursos de tecnologia assistiva; a inclusão
produtiva de estrangeiros com o aumento da sua qualificação.
A
ação articulada com as empresas (visando o incremento na oferta de
vagas) e com os sindicatos de trabalhadores (objetivando a oferta das
oportunidades) tem sido essencial para a melhoria dos serviços dos
CATs.
Em
parceria com o Dieese, a Secretaria constituiu o Observatório do
Trabalho da Cidade de São Paulo e passou a divulgar o Boletim de
Conjuntura do Mercado de Trabalho. Um dos estudos já realizados
pelo Observatório refere-se à Educação Profissional na cidade de
São Paulo. Trata-se de um subsídio para definir as diretrizes
estratégicas no campo da educação profissional, e em particular a
oferta de cursos pela Fundação Paulistana de Educação e
Tecnologia - Fundatec, que agora se integra à Secretaria. Com a
Fundatec, criada pela Prefeitura em 2004, a intenção da Secretaria
é intensificar a oferta de cursos de educação técnica para
pessoas que têm dificuldades de se inserir no mercado de trabalho e
também aqueles que desejam uma formação diferenciada.
É
prioridade da Secretaria na área do trabalho ampliar as
oportunidades de geração de trabalho e renda no âmbito do Programa
“De Braços Abertos”, implementado pela Prefeitura de São Paulo
na região da Luz, no centro da capital, na chamada “cracolândia”.
Este Programa tem o objetivo de apoiar os dependentes químicos com
ações matriciais de governo (saúde, assistência social, trabalho,
cultura, esporte e lazer, segurança urbana, direitos humanos e
cidadania). Outro objetivo é reduzir a criminalidade no local.
O
projeto trabalha com o resgate social dos dependentes químicos por
meio de trabalho remunerado, alimentação e moradia digna, com
orientação de intervenção não violenta. Uma das estratégias da
Secretaria é, em parceria com as secretarias envolvidas com a
implantação das ciclovias, estimular a implantação de serviços
de apoio aos ciclistas (ciclopontos que ofereceriam serviços de
manutenção, guarda de bicicletas etc) e cujo trabalho seria
realizado por dependentes químicos, que seriam capacitados para
estas funções. Projetos semelhantes também serão realizados em
hortas urbanas e serviços de reciclagem de materiais, entre outros.
Destacam-se
também as ações que visam implementar, de modo articulado com a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), entidades empresariais
e sindicatos de trabalhadores, a “Agenda Municipal do Trabalho
Decente”. Além da estruturação de um Comitê Gestor da Agenda,
uma série de ações estão programadas. Entre elas: levantamento de
indicadores; conscientização em trabalho decente e cidadania com as
escolas públicas, em cursos do Pronatec e Universidades; caravanas
do trabalho decente; promoção de debate junto às Centrais
Sindicais, sociedade civil, classe empresarial e demais Secretarias
sobre Direitos Humanos e Trabalho Decente no Município de São
Paulo.
3.3
Ações na área de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)
Estruturar a Política de Segurança Alimentar e Nutricional e a
Política de Abastecimento é um dos principais desafios da gestão.
A rearticulação de parcerias estratégicas e a criação de centros
de referências para abrigar essas políticas estão entre os
primeiros passos para a constituição do nosso projeto de
desenvolvimento.
A
primeira ação nesta área consistiu em consolidar a política
de SAN de modo articulado à concepção de desenvolvimento da
Secretaria. Assim, o objetivo inicial foi construir o arcabouço
institucional da SAN (com a eleição de membros do Conselho;
realização de plenárias para a eleição dos conselheiros;
realização da Conferência Municipal de SAN; criação e lançamento
do I Plano Municipal de SAN para o município de São Paulo;
participação na Conferência Nacional de SAN).
Outra
diretriz importante da Secretaria nesta área é potencializar a
agricultura familiar na cidade, com a realização de feiras de
orgânicos, viabilização de permissionários em feiras de São
Paulo e de espaço para comercialização para agricultores
familiares com prioridade aos produtores do município, região e
estado nos mercados e sacolões.
Outra
diretriz é aprimorar a articulação da Política Municipal de SAN
com as feiras, sacolões e mercados.
Após
esta apresentação de nossa visão geral das diretrizes que devem
orientar uma política de desenvolvimento municipal, e do caso
específico da experiência do município de São Paulo, cabe
sublinhar que as políticas de desenvolvimento municipal requerem
visão estratégica de futuro por parte dos gestores públicos. É
esta visão estratégica que faz com que as ações sejam articuladas
em programas estruturantes, que ajudam a organizar os demais projetos
em torno deles.
Entretanto,
esta estratégia de futuro, que atua sobre as ações do presente,
não podem ser um resultado apenas da “cabeça” do gestor
público, por mais brilhantes que possam ser. Nas políticas de
desenvolvimento o sucesso reside na construção e no envolvimento
coletivo, de forma a alcançar um resultado que é maior do que a
soma das partes isoladas. Em outras palavras, trata-se de expandir na
cidade um verdadeiro capital social.
Artur
Henrique da Silva Santos é desde março de 2014 o Secretário
Municipal do Desenvolvimento, Trabalho, Empreendedorismo e Segurança
Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo.
Jefferson
José da Conceição foi o Secretário de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo entre janeiro de 2009 e
julho de 2015. É Prof. Dr. da USCS e Diretor Técnico da Agencia São
Paulo de Desenvolvimento – ADE SAMPA desde 5 de fevereiro de 2016.
Artigo publicado na Revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo, em 23/2/2016.