Pesquisar este blog

sábado, 30 de maio de 2009

O ABC DA CRISE

“O abc da crise”: especialistas analisam a crise global

4/mai/2009
Livro inclui artigos de Maria da Conceição Tavares, Paul Singer, Márcio Pochmann, Paul Krugman, Guido Mantega, Luiz Gonzaga Beluzzo, Chico de Oliveira, Cézar Manoel de Medeiros, Carlos Eduardo Carvalho, Sérgio Sister e Ricardo Berzoini.
 
O livro “O abc da crise”, organizado pelo jornalista Sérgio Sister, estará disponível para venda a partir da próxima semana. A obra, lançamento da Editora Fundação Perseu Abramo, poderá ser adquirida online, na loja virtual da EFPA, já nos próximos dias. Na sequência, a partir do dia 25/5, o livro chega às principais livrarias do país.
Segundo Nilmário Miranda, presidente da FPA, o livro resultou de entendimento com os dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), como uma forma de “contribuir com o debate amplo e qualificado, voltado à preparação dos militantes dos partidos de esquerda, da CUT e outras centrais sindicais, dos movimentos sociais e da juventude engajada. Uma contribuição para o entendimento do que ocorreu, em direção às possíveis alternativas".

Os artigos e seus respectivos autores são: “O abc da crise, por Jefferson José da Conceição; “A crise do dinheiro solto', por Sérgio Sister; “Entupiu o sistema circulatório do capitalismo”, por Maria da Conceição Tavares; “O mistério do inter-relacionamento entre finanças e a economia da produção e produção”, por Paul Singer; “O dia depois de anteontem”, por Ricardo Berzoini; “O papel do setor público na crise”, por Cézar Manoel de Medeiros; “Revolução no embate de ideias e projeto de sociedade”, por Marcio Pochmann, e “A intervenção estatal na crise e a crise do neoliberalismo”, por Carlos Eduardo Carvalho.
Paul Krugman responde pelos artigos “Uma catástrofe anunciada”, “Roleta-russa financeira”, “A depressão econômica está de volta”, e “Para não esquecer”. E Luiz Gonzaga Belluzzo assina os artigos “O problema está aqui”, “Sobre a natureza da economia de mercado”, “O insaciável Moloch”, e “Não se pode brincar com o sistema”.
Também integram o livro as entrevistas com o sociólogo Chico de Oliveira (“Criar cinco Embraer por ano”), e com o ministro Guido Mantega (“Excesso de desequilíbrios”).


SISTER, Sérgio (org.). O abc da crise. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2009. ISBN 978-85-7643-067-4

terça-feira, 19 de maio de 2009

SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC: 50 ANOS DE SÍNTESE DA SOCIEDADE BRASILEIRA

19/05/2009 - 10:01:52
Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo e ex-funcionário do Sindicato, Jeferson José da Conceição, homenageia aniversário da entidade

 O atual Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nasceu em 1959 como "Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Bernardo do Campo e Diadema". Com a chegada da indústria automobilística, em meados da década de 1950, as bases sindicais de São Bernardo e Diadema passaram a ser maiores do que a de Santo André. Além disso, interessava na época ao PCB - que tinha grande influencia no movimento sindical de então - ampliar o número de sindicatos, o que aumentaria seu poder nas federações sindicais.

O período entre 1959 e 1963 é marcado por fortes mobilizações do movimento sindical. Além das lutas por melhores salários e abono de natal (13º salário), o Sindicato organizou manifestações contra a carestia; a encampação da refinaria de Capuava (no contexto da campanha "O petróleo é nosso"); as lutas pelas Reformas de Base.

Entre 1964 e 1977, o Sindicato viveu sob a sombra dos interventores e das prisões e perseguições de lideranças sindicais, militantes e trabalhadores em geral. Este período tão longo de repressão só foi possível porque o País viveu o chamado "milagre econômico" (taxas de crescimento do PIB em torno de 10% ao ano entre 1968 e 1973), que serviu para arrefecer as críticas às más condições de trabalho, ao autoritarismo nas fábricas e aos relativamente baixos salários (quando comparados com os níveis de lucros das multinacionais). No entanto, ao final da década de 1970, o ritmo de crescimento econômico já não era o mesmo e a inflação era combatida com políticas de contração salarial. A repressão política e o arrocho dos salários estiveram na base das grandes greves da categoria no final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980: 100 mil metalúrgicos em Assembléia na Vila Euclides em 1980; 41 dias de greve. As grandes greves desse período tiveram imensa repercussão nacional e internacional e tornaram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC uma instituição respeitada e referência na luta política brasileira. Na Região do ABC, nasceriam, na década de 1980, o Partido dos Trabalhadores (1980) e a Central Única dos Trabalhadores (1983).

De lá pra cá, muita coisa mudou. Derrotado em três eleições para Presidência da República, a principal liderança do Sindicato e do PT, Luis Inácio Lula da Silva, torna-se Presidente da República nas eleições de 2002 e é reeleito em nas eleições de 2006.  Sua popularidade tem se mantida elevada em todas as pesquisas de opinião.

Mas as mudanças foram profundas também para o parque industrial do ABC e para a categoria representada pelo Sindicato.

Hoje, a participação da indústria no total dos empregos é bem menor do que o que verificávamos nas décadas de 1970 e 1980. Caiu a participação relativa da indústria e subiu o peso do comércio e dos serviços no total de empregos. Antigas fábricas industriais foram substituídas por modernos shoppings, hipermercados, franquias de fast food e igrejas.  Isto pode ser emblematicamente percebido, por exemplo, com a mudança da Avenida Industrial em Santo André. Antes predominantemente industrial - como o próprio nome indicava - a avenida hoje está em claro processo de mudança. Galpões industriais cedem espaço para aqueles novos empreendimentos.

 Atualmente, participação das importações é significativamente maior do que, por exemplo, quando das greves de 1979 e 1980 no ABC. Naquele período, as importações eram praticamente proibitivas. Em 1979, o volume de importações das montadoras em autoveículos e componentes não passava de US$ 276 milhões. Quase três décadas depois, em 2007, o volume de importações já alcançava US$ 8,4 bilhões, de acordo com os dados da ANFAVEA.

O interior da fábrica metalúrgica também mudou. Hoje, o conceito de "planta industrial" é mais apropriado do que o da antiga "fábrica". A linha de montagem foi bastante refeita. A automação e a adoção de novas formas de organização da produção, tais como o Just in time, as células de produção e o trabalho em equipe, aumentaram expressivamente a produtividade do trabalho. Em 1976, foram produzidos cerca de 981 mil veículos no Brasil, com o emprego de 117,8 mil empregados. Isto dá uma média de 8,3 veículos produzidos ao ano por empregado. Trinta anos depois (2005), foram produzidos 2,5 milhões de veículos, com 94,2 mil empregados. O que significa que a produtividade hoje é superior a 27 veículos por trabalhador ao ano em média. Em 1976, cerca de 66% dos trabalhadores eram de trabalhadores não-qualificados (serventes, ajudantes) e semiqualificados (operadores, manobristas, montadores, prensistas, tapeceiros). Mesmo os qualificados (encanadores, funileiros, pintores, eletricistas, torneiros, afiadores) e altamente qualificados (ferramenteiros) ainda tinham características de trabalhadores "operários". Hoje, cerca de 27,6% dos empregados já possuem curso superior completo.Diferentemente de antes, muitos destes novos empregados vêem o trabalho em uma montadora como uma entre outras possibilidades.

Outro fenômeno importante, que mudou as características da fábrica atual, foi o intenso processo de terceirização que ocorreu desde então. Tome-se, por exemplo, o caso da planta da Volkswagen em São Bernardo, a maior fábrica da categoria representada pelo Sindicato. A fabrica da VW na Rodovia Anchieta tinha cerca de 43.000 trabalhadores no final da década de 1970, quando ocorreram as grandes greves. A fábrica não apenas montava os veículos, mas também produzia os motores, o câmbio, a transmissão, além de inúmeras pequenas peças como parafusos, frisos, cintos etc. Tinha também ambulatórios médicos, restaurantes, padarias, segurança, açougues, etc. Hoje a fábrica conta com pouco mais de 12 mil trabalhadores, embora a produção seja muito maior hoje do que naquele período. Isto se explica porque boa parte da produção da empresa foi terceirizada, não apenas nas chamadas atividades-meio (segurança, limpeza, manutenção, processamento de dados), mas também nas atividades-fim, como ferramentaria, usinagem, fundição, montagem de pneus, pintura, entre outras. Paradoxalmente, no entanto, a regulamentação e os acordos em torno do tema da terceirização pouco avançaram no período, mesmo nos acordos da Região do ABC. Por isto, esta é uma das prioridades da CUT em sua atual estratégia sindical no momento.

Destaca-se também o processo de descentralização da produção que ocorreu desde então. No final da década de 1970, a Região do ABC representava cerca de 80% da produção nacional de veículos no Brasil. Naquele momento, eram oito as empresas montadoras presentes no Brasil: Volkswagen, Ford, GM, Fiat, Chrysler, FNM, Mercedes-Benz e Saab-Scania.  A maioria delas com fábricas na Região do ABC.  Hoje, a Região do ABC representa cerca de 1/3 da produção nacional. No Brasil, existem atualmente cerca de 18 marcas, com cerca de 27 fábricas, que se espalham em 18  diferentes municípios situados em seis diferentes Estados. 


Diante deste conjunto de profundas mudanças na vida econômica nacional e no processo produtivo, a agenda do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mudou. O emprego passou para o centro desta agenda. No final da década de 1970, a luta  concentrava-se no aumento dos salários e no processo de democratização no País e no interior das empresas. É verdade que a temática do emprego já aparecia nas grandes demissões de 1981 e na luta contra  os efeitos da automação. Mas tratava-se de uma temática ainda embrionária entre as preocupações do movimento sindical. Uma das razões reside no fato de que até aquele momento reduções do nível de atividade geravam reduções de postos de trabalho, mas estas fases eram sucedidas pela retomada do crescimento da produção, que gerava novas contratações. A partir da década de 1990 isto não mais seria assim. Fases de crise eram sucedidas por fases de crescimento, mas sem geração de tantos postos de trabalho. Muitas vezes, inclusive, com demissões.

Desta forma, nota-se, por parte do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, uma série de ações em prol da defesa do emprego: Frente contra a Recessão com as Prefeituras em 1990; Vigília contra a Recessão em 1991; Câmara Setorial Automotiva em 1992; negociações de reestruturação produtiva ao longo de todo o período; acordos de flexibilização da jornada com redução da jornada média e campanha "Diz Emprego Brasil" em 1995; Câmara Regional do ABC em 1997; acordo da Volkswagen para evitar 10 mil demissões em 1997; Acordo Emergencial do Setor Automotivo em 1998; apresentação de proposta para a Renovação e Reciclagem da Frota de Veículos em 1998; participação na criação da Agencia de Desenvolvimento Econômico no ABC em 1998;  acordo da VW para evitar o corte de 7,5 mil postos de trabalho e Maratona pelo Emprego em 1998; acordo do lay-off na Ford, evitando a demissão arbitrária de 2,8 mil empregados em 1999; a formação das primeiras cooperativas de produção na categoria desde 1999; a criação da Central de Trabalho e Renda também naquele ano; o enfrentamento e negociação em relação ao anúncio de reestruturação da Volkswagen em 2008, com a possibilidade da demissão de 5800 demissões, inclusive com a ameaça do próprio fechamento da fábrica em São Bernardo do Campo.

A história do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sintetiza com perfeição a trajetória e as contradições da economia e da sociedade brasileira no último meio século. Por isto, neste momento em que completa 50 anos, trata-se de olhar para trás e analisar todo este período, caracterizado por lutas, conquistas, mas também, porque não dizer, por momentos dramáticos. Esta auto-análise é subsídio vital para que o Sindicato - suas lideranças, militantes e categoria em geral - possa olhar para frente e continuar a ser referência no encontro de soluções criadoras para os novos desafios postos pelo presente e pelo futuro.

Jefferson José da Conceição é o atual Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo do Campo. Trabalhou no Sindicato entre 1987 e 2003, como assessor da Subseção Dieese. Contribuiu para estruturar a Subseção DIEESE na CUT entre 2003 e 2008. É Economista, Professor da USCS e autor de livro sobre o sindicalismo na Região do ABC. Título: "Quando o Apito da Fábrica Silencia: sindicatos, empresas e poder público diante do fechamento de indústrias e da eliminação de empregos na Região do ABC". Editora ABCDMaior, 2008.

Jefferson José da Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo

*Artigo publicado no site do ABCDMaior

segunda-feira, 4 de maio de 2009

UM "ACORDO-PONTE" PARA ENFRENTAR A CRISE



 
 
Jefferson José da Conceição

 

Logo que a crise financeira internacional veio à tona a partir de setembro do ano passado, uma ação relativamente coordenada dos governos dos países desenvolvidos foi acionada. Esta agilidade serviu em alguma medida para reduzir o efeito “tsunami” da crise não apenas na área financeira, mas também na atividade produtiva, no emprego e na renda. É de algo semelhante o que precisamos adotar agora no Brasil, para enfrentar, de modo mais bem sucedido, o momento pelo qual atravessamos.

 

A crise internacional originou-se do descontrole do sistema financeiro, fruto da prevalência, nas últimas décadas, do ideário de que o “livre mercado”, por si só, seria a melhor forma de organização e condução da economia. Isto permitiu que fosse gerado um grande descompasso entre a produção física de produtos e serviços e a geração de títulos financeiros: a primeira pode ser medida pelo PIB mundial calculado em US$ 65 trilhões e a segunda, pelo volume estimado de US$ 600 trilhões na forma de títulos financeiros especulativos diversos, entre os quais se encontravam os títulos da dívida mobiliária americana.

 

Felizmente, os impactos sobre a economia brasileira deverão ser menos dramáticos do que o que verificamos em crises anteriores, como as do aumento do preço do petróleo no final dos anos de 1970 e as da crise da dívida externa ao longo dos anos de 1980. A economia brasileira encontra-se hoje em situação mais sólida em termos de finanças públicas, balanço de pagamentos e controle inflacionário. Os atuais programas sociais - naquela época praticamente inexistentes - permitem um apoio aos desempregados melhor do que antes. As rápidas medidas tomadas pelo governo federal, no que se refere ao aumento da liquidez no sistema bancário, por via da redução do compulsório, acompanhadas do socorro às instituições financeiras mais diretamente atingidas, seguidas do aumento do crédito e da redução tributária em setores fortemente dependentes do crédito, como a indústria automobilística e a construção civil, contribuíram para minorar os primeiros efeitos da crise. Uma única ressalva talvez pudesse ser feita em relação à ausência de contrapartidas formais, especialmente no que se refere à manutenção dos empregos, que, a nosso ver, deveria ser exigida dos beneficiados pelo socorro estatal. A decisão de manutenção dos investimentos do PAC é também sinalizador fundamental para a sustentação do nível de atividade econômica.

 

Não obstante as ações apontadas acima, não há como a economia brasileira blindar-se totalmente contra a crise. A contração do crédito - resultado da interrupção de linhas de financiamento internacional e de um sistema bancário interno mais receoso quanto à expansão da inadimplência -, a incerteza de consumidores e investidores quanto ao futuro e a diminuição das exportações pressionarão a economia para baixo nos próximos meses. Deste modo, os efeitos da crise, mesmo que localizados, já começam a se fazer sentir gradualmente: férias coletivas, acordos de suspensão temporária do contrato de trabalho, anúncio de demissões em algumas áreas.

 

Ainda que possa ser compreendida em alguns casos como última alternativa de sindicatos e empresários para preservar os empregos, a redução de salários não é solução estrutural para a crise em economias de baixo nível de renda como o Brasil. Ao contrário: ela tende a aprofundar o problema, pois, além de agravar o cenário de incerteza quanto ao futuro, retrai o consumo não apenas de bens de maior valor, mas também de alimentos, vestuário, calçados entre outros.

 

 

Há controvérsia quanto à duração da crise, mas um grande número de economistas, entre os quais nos incluímos, acredita que o período de maiores dificuldades residirá neste primeiro semestre de 2009. Se esta hipótese é correta, e ela parece ser razoável à luz das ações tomadas em nível internacional e nacional, é necessária então a construção de uma espécie de “acordo- ponte”, estabelecido entre Poder Público (em seus três níveis), empresários e trabalhadores, que nos possibilite atravessar sem grandes danos estes meses mais difíceis.

 

As premissas deste acordo-ponte seriam: a) a queda natural da demanda reduzirá a necessidade de altos níveis de produção e, portanto, diminuirá o volume de horas trabalhadas neste primeiro momento – logo, instrumentos de flexibilização da jornada são bastante adequados; b) não deve haver redução dos salários; c) as empresas necessitam de crédito fácil e barato; d) os Governos poderiam analisar também certa flexibilidade em relação ao prazo de recebimento de impostos, mas não podem abrir mão da arrecadação; e) é fundamental o compromisso formal com a manutenção dos empregos.

 

Neste contexto, instrumentos como a jornada flexível de trabalho (como a fixação da jornada anual e o banco de horas), o adiamento do pagamento de impostos como o IPI, ICMS e IPTU, e a construção de inovações financeiras por parte de órgãos como o BNDES (por exemplo, as grandes empresas poderiam dar algum aval para a concessão de crédito às pequenas e médias empresas pertencentes à sua cadeia, na forma de recebíveis que estas têm a receber com elas) podem compor um arranjo de grande valia para a preservação da atividade econômica e do emprego.

 

Um acordo-ponte como este - que bem se poderia denominar de Programa de Manutenção da Atividade Econômica, do Emprego e da Renda - requer a coordenação do Governo Federal, mas de tal maneira que haja o envolvimento das três esferas de governo (União, Estados e Municípios), bem como das representações empresariais e de trabalhadores.  

 

Além de participar desta iniciativa, os municípios podem também adotar outros instrumentos que, embora limitados, ajudam a atacar a crise em seus efeitos. Medidas como a execução de obras públicas, incentivo ao cooperativismo, estímulo ao empreendedorismo, requalificação profissional e apoio aos desempregados são instrumentos necessários em épocas de crise. Inserir estas medidas em uma ação integrada somente pode aumentar sua eficácia.

 

Os atores sociais da Região do ABC - sindicatos, representações empresariais e governos - organizam para os dias 4 e 5 de março, em São Bernardo do Campo, um Seminário que buscará estabelecer os termos de uma espécie de “carta do ABC” contendo proposições às três esferas de governo e à sociedade brasileira em geral. Poderá ser uma ótima oportunidade para discutirmos estas e outras sugestões. Será um momento importante de teste de nossa capacidade de, uma vez mais, aproveitar a crise e fazer dela um espaço de novas oportunidades.

 

Jefferson José da Conceição, 46, é Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo do Campo e Professor Doutor de Economia Brasileira da USCS.