24/01/2014 - ARTIGO
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Por: Jefferson Conceição*
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Falaremos da economia solidária
Nos últimos artigos aqui publicados, discutimos as possibilidades das
políticas de desenvolvimento econômico local. Vimos o papel dos APLs, dos
Fóruns tripartites e do ambiente de inovação. As grandes e as médias empresas
costumam ser as principais beneficiárias destas políticas. Hoje, começaremos
a tratar daquela outra metade da economia, formada pelos pequenos negócios.
Ter políticas públicas para esta parcela é essencial em uma estratégia de
desenvolvimento local. Neste, falaremos da economia solidária. No próximo, do
empreendedorismo.
A Economia Solidária vem de longa data: desde o século 19, quando
experiências socialistas europeias buscaram constituir uma economia não
capitalista, baseada no cooperativismo. Apesar da longa trajetória
percorrida, ainda permanece um desafio: como cultivar os princípios da
solidariedade, inclusão, cooperação e geração de renda em um contexto em que
predomina o modo de organização capitalista? Como concorrer com os preços,
qualidades, marcas e prazos das empresas capitalistas?
No Brasil, a Economia Solidária – que tem origens ligadas às
cooperativas agrícolas– foi retomada com força a partir da década de 1990,
quando se verificou grande número de empresas falidas. No ABCD, o
sindicalismo apresentou o cooperativismo de produção como forma de manutenção
da fábrica (seu maquinário e postos de trabalho). Isto ampliou a abrangência
da economia solidária local, que vai dos microempreendimentos de inclusão de
segmentos mais vulneráveis até grandes fábricas geridas pelos cooperativados.
A Economia Solidária se fortaleceu no governo Lula com a constituição,
em 2003, da Secretaria Nacional de Economia Solidária, e continua a se expandir
na gestão Dilma. E há muito a se avançar em itens como financiamento;
comercialização; capacitação gerencial; formação de redes e parcerias.
Ainda são poucos os governos municipais e estaduais que efetivamente
têm uma política de apoio à economia solidária. Neste contexto, a política
pública da Prefeitura de São Bernardo, em parceria com instituições como
Unisol, ADS-CUT, Centro de Formação Padre Léo, Sebrae, entre outras, é uma
das referencias no País. Sob a orientação do prefeito Luiz Marinho, elaboramos
e aprovamos, em 2010, a lei municipal de Fomento à Economia Solidária.
Criamos o “Espaço Solidário”, em 2011, anexo à nossa CTR, possibilitando a
comercialização e a integração desses empreendimentos. Em 2012, constituímos,
em parceria com a Universidade Metodista e a Finep, a Incubadora de
Empreendimentos Solidários (SBCSOL), que além de criar uma metodologia
específica, apoia os empreendimentos com capacitações diversas.
Queremos ainda fortalecer a priorização dos empreendimentos solidários
nas compras públicas; criar novos pontos de comercialização, como nos novos
conjuntos habitacionais construídos pela Prefeitura; fomentar a criação de
cadeias produtivas regionais; constituir políticas de incentivos fiscais e
não fiscais; melhorar os produtos e os processos produtivos, de modo a
alcançar certificações e elevar o patamar de materiais recicláveis.
*Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo. |