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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Desenvolvimento local: promover um ambiente econômico de inovação


 14/01/2014 - ARTIGO
 
Por: Jefferson Conceição *

 

Na competição global, o diferencial das empresas está muitas vezes no conhecimento e na inovação
Em artigo anterior, iniciamos reflexão sobre as possibilidades das políticas de desenvolvimento econômico local. Tratamos do papel dos gestores públicos na construção de espaços como APLs e Foruns de Desenvolvimento, de forma a por adiante iniciativas dos diversos atores que compõem a Região. Hoje, trataremos do seu papel na promoção de um ambiente de inovação.
Na competição global, o diferencial das empresas está muitas vezes no conhecimento e na inovação. A manufatura continua fundamental, mas cabe dar atenção também à produção de valor intangível. Por isto, a política pública de regiões industriais deve apoiar a instalação e expansão de centros de P&D; departamentos de engenharia; laboratórios de testes e simulações – públicos ou privados. A proximidade com estes centros pesa na decisão de investimentos das empresas. Daí o nosso empenho para que o ABCD atraia um Laboratório de Segurança Veicular que atenda ao Brasil; por um Centro de Apoio à Inovação em Ferramentaria na região; e nossa cobrança da conclusão dos laboratórios de estudo de emissões da Cetesb, CPTM e Anfavea em São Bernardo.
O conhecimento não está restrito aos muros das empresas. Estas têm que busca-lo também em outras fontes como universidades, associações, sindicatos. Os gestores públicos podem ajudar a constituir um ambiente de inovação no qual o conhecimento circule entre segmentos diversos. Neste ambiente, surgem inovações, que são um diferencial em favor do território.
No ABCD - maior parque industrial da América Latina -, a política pública deve fazer com que as indústrias “dialoguem” parcerias com as universidades em áreas como formação de profissionais; estágios; P&D; construção e uso de laboratórios. É um diálogo difícil, porque os “timings” de indústrias e universidades são distintos. Os gestores públicos podem ajudar nesta aproximação. Temos feito isto por meio dos APLs. Ex: várias indústrias de móveis desconheciam que o Instituto Mauá possui um laboratório de testes de móveis corporativos, que presta serviços às empresas. Graças ao APL, elas puderam conhecê-lo. O mesmo ocorre com laboratórios de pesquisas da UFABC, Unifesp, FEI, Fasb, Umesp, F. Salvador Arena entre outras. Mais: a região pode se aproveitar de diversos planos federais e estaduais de apoio à inovação. Registre-se também nossa alegria com a inauguração, no ABC, em 2011, do Centro de Inovação Sueco-Brasileiro, que conecta empresas e universidades em nível internacional.
No Consórcio Intermunicipal e na Agência do ABC, buscaremos contratar pesquisa de “Inventário de Oferta Tecnológica”. O objetivo é conhecer os laboratórios e pesquisas produzidas pelas diversas instituições e empresas da Região. Essa oferta poderá então ser mais bem interligada com a demanda das empresas.
Outro esforço da Gestão Pública deve ser o de elaborar e aprovar Lei Municipal de Apoio à Inovação, com incentivos tributários e não tributários.
Os Parques Tecnológicos – assentados nas parcerias entre gestão pública, setor privado e universidades - são peças-chave desta estratégia.
*Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.

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