07/01/2014 - ARTIGO
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Por: Jefferson J.
da Conceição
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chamaremos a atenção para o papel de “articulação” que podem exercer
prefeitos e secretários na reunião das forças vivas da economia em projetos
de interesse comum
É pertinente refletir sobre as potencialidades e limites das políticas
de desenvolvimento econômico local. Chamaremos a atenção para o papel de
“articulação” que podem exercer prefeitos e secretários na reunião das forças
vivas da economia em projetos de interesse comum. Em breve nos debruçaremos
sobre as alternativas relacionadas às políticas de geração de renda,
centradas no empreendedorismo e na economia solidária.
Até 1970, o debate sobre o desenvolvimento econômico esteve restrito
ao âmbito nacional. O que importava eram planos em nível do País: Plano
Vargas, Plano Salte, Plano de Metas, PAEG, PND. Estes planos construíram as
bases da economia brasileira, mas não geraram espaço para ações autônomas da
localidade.
Nos anos de 1980 e 1990, mudanças profundas aconteceram. As políticas
nacionais entraram em crise, em função da redução dos investimentos públicos,
explicado pela crise fiscal, a preocupação com a inflação e a expansão das
ideias liberais que almejavam um Estado mínimo. Por outro lado, crescia o
interesse pelos fluxos financeiros e comerciais que se ampliavam em nível
internacional, fruto da globalização. Estes fluxos criavam a possibilidade de
atração de robustos investimentos.
Iniciou-se debate em torno do que deveriam fazer os gestores da
economia local. São limitados os instrumentos em suas mãos. Não cabe a eles a
definição da taxa de juros, taxa de câmbio, impostos como IPI e ICMS, imposto
de Importação, tarifas públicas, salário mínimo. E não há muita margem para incentivo
tributário, tendo em vista a necessidade de gastos em serviços públicos
vitais à população. Isto não significa que não há o que fazer.
Uma das possibilidades é exercer o papel de articulador, para formar
redes horizontais de cooperação envolvendo gestão pública, setor privado,
instituições de ensino e pesquisa, agencias de crédito e sindicatos. Fazer
emergir sinergias que a atuação isolada não permite, em áreas como novos
mercados; qualificação de mão de obra; aproximação da oferta e da demanda em itens
estratégicos, como os serviços tecnológicos; inovações produtivas e de
gestão; compras coletivas; parcerias nacionais e internacionais. O gestor
público pode, sem custo praticamente algum, fazer surgir uma “governança”
público-privada e um “capital social” de grande valia. É este capital social
que, a partir dos próprios recursos privados, incrementará a competitividade
e moverá a atividade produtiva local.
Fóruns de Desenvolvimento Econômico e APLs (Arranjos Produtivos
Locais) dialogam com esta estratégia, na medida em que juntam os atores na
busca de resultados concretos, a partir de agenda geral e setorial, calcada
em diagnósticos e metas. Em São Bernardo, sob a orientação do prefeito Luiz
Marinho, seguimos esta trilha. Estão em funcionamento 11 APLs setoriais. Em
breve, teremos o nosso Fórum de Desenvolvimento Econômico. Esta linha está
também em consonância com as atuais políticas regionais desenvolvidas no
ABCD.
*Jefferson J. da Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho e Turismo de São Bernardo.
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