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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sede do Sebrae conquista do ABCD


30 de dezembro de 2014

Opinião


Em 2014, um momento histórico para o empreendedorismo do ABCD foi o envio pelo prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal, Luiz Marinho, de projeto de lei de doação de terreno do Município para que o Sebrae possa instalar sua sede regional própria, à altura da grandeza de nossa Região.  Após o necessário e sempre importante debate na Câmara de São Bernardo, o projeto aprovado no início de dezembro. A doação teve como ponto de partida ofício recebido pelo prefeito, em maio deste ano, no qual o Sebrae-SP propõe a parceria e solicita terreno para a regional.

A decisão do prefeito levou a rápida articulação de diversas secretarias – articulação esta na qual a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo do Município também tomou parte -, com vistas a viabilizar com celeridade e nos marcos da lei a parceria. O diálogo com o Sebrae em seus níveis nacional, estadual e regional norteou a ação.

O Sebrae é uma entidade civil sem fins econômicos. Promove o desenvolvimento e a sustentabilidade dos pequenos empreendimentos, bem como sua formalização. Contribui para gerar atividade econômica e colabora para reduzir a desigualdade e aumentar o número de empregos no Brasil. No Estado, o Sebrae conta hoje com 33 escritórios regionais. Desde 1994, a entidade tem escritório no ABCD, mas hoje se encontra em sede alugada.

O local escolhido é estratégico, pois se situa próximo da estação do futuro metrô; está em avenida que interliga São Bernardo e Santo André; e é de fácil acesso para aqueles que vêm de Diadema, Mauá, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Todos os municípios são polos importantes de micro e pequenas empresas. Para se ter uma ideia, a Região conta hoje com aproximadamente 52 mil microempreendedores individuais formalizados. Somente nos anos de 2012 e 2013, o Sebrae ABCD realizou cerca de 79 mil atendimentos na região.

Vale notar o “anel de conhecimento e formação” que se estrutura no entorno em que a sede do Sebrae será instalada. Além do Sebrae, a área conta com unidades do Senai, Senac, Fatec e Etec, e é próxima a instituições públicas como UFABC e Faculdade de Direito. Em 2010, o prefeito Marinho já havia concedido terreno em São Bernardo para a construção da segunda unidade do Senac no ABCD. As obras desta unidade estão em sua fase final.

Registre-se ainda que as gestões  públicas municipais do ABCD – São Bernardo, inclusive – têm contribuído com diversas ações complementares visando o apoio ao empreendedorismo  dos pequenos negócios: aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas empresas; constituição de Salas do Empreendedor; desburocratização;  formação de “agentes de desenvolvimento”; parcerias com o Sebrae para realização de cursos. Estas são algumas das ações fundamentais com vistas a preparar as micro e pequenas empresas para que elas obtenham condições necessárias ao seu crescimento em uma economia competitiva.

 *Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo; Ademir Gasparetto é diretor de Fomento à Atividade, Comércio

Grande potencial e desafios a vencer: o adensamento da cadeia de petróleo e gás no ABC

CONCEIÇÃO, Jefferson José da. Grande potencial e desafios a vencer: o adensamento da cadeia de petróleo e gás no ABC. In: ANAU, Roberto Vital (or.). O ABC do petróleo e gás: o potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à cadeia de petróleo e gás. Santo André: Agencia de Desenvolvimento Econômico do Grande ABBC, 2014. ISBN: 978-85-68284-00-1

Para acessar a íntegra do livro, clique em:


http://www.4shared.com/office/8MD3LnS_ce/livro_ABC_do_petroleo.html

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Turismo industrial no ABCD


16 e 17 de dezembro de 2014

 

opinião


Em 25 de novembro ocorreu o “1º Workshop sobre Turismo Industrial do ABCD”, organizado pelo Consórcio Intermunicipal em conjunto com a Agência de Desenvolvimento Econômico. Foi

o primeiro passo para estender regionalmente o projeto lançado, com sucesso, em 2013, pela Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo. O turismo industrial “abre as portas” das empresas para visitas monitoradas às suas

formas de produção e tecnologias. A intenção agora é ampliar o número de empresas e segmentos visitados, abrangendo também as dos seis outros municípios.

 

São Bernardo já conta com cinco indústrias parceiras nesta modalidade de turismo: Wheaton (Vidros), Zurich (termoplásticos), Formag’s (gráfica), Mercedes--Benz e Scania. Estão também adiantadas as negociações com Volkswagen, Basf (Tintas Suvinil) e Termomecânica. A proposta apresentada pela Prefeitura para participação das empresas é muito flexível e respeita todos os processos de confidencialidade e de interesse das empresas: perfil dos visitantes; dias e horários de visitação; registro ou não de imagens; áreas passíveis de visitação, entre outros.

 

No Brasil e no mundo, o ABCD é sinônimo de indústria, trabalho e sindicalismo. Esta identidade originou-se, no início do século 20, com as fábricas têxteis, de móveis e de porcelanas; aprofundou-se, ainda em meados do século passado, com a presença das grandes fábricas montadoras de veículos, autopeças, máquinas,  eletroeletrônicas, químicas,de cosméticos e alimentação; e, neste século 21, estará associada também com a alta tecnologia

resultante da instalação de uma fábrica de partes da aeronave supersônica Gripen. Industriais como Ciccillo Matarazzo, Luiz  Villares, Salvador Arena, José Mindlin e Abraham Kasinski, bem

como sindicalistas como Luiz Inácio Lula da Silva, são alguns dos nomes que fazem parte desta rica história. O prefeito Luiz Marinho transforma em realidade  um antigo sonho da Região: está em andamento, neste momento, em São Bernardo, a obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, que será importante âncora do turismo regional.

 

A marca industrial não pode ser desperdiçada pela cadeia do turismo, pelos municípios e governo do Estado, e nem pelas próprias indústrias. Há muito interesse em se conhecer uma linha de montagem industrial. Sob o ponto de vista da empresa, participar do turismo industrial

pode ser bem proveitoso, pois se trata de ação de fortalecimento e divulgação de sua marca,

bem como de diálogo dinâmico com estudantes, pesquisadores, consumidores e outros empresários. Para turistas e visitantes, é oportunidade ímpar de conhecer processos de produção.

 

Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo (SDET). Fernando Bonisio  é Chefe da Divisão de Turismo da SDET e Coordenador Adjunto do GT Turismo do Consórcio Intermunicipal.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O ABC do petróleo e do gás


11 de dezembro de 2014

Opinião


O título deste artigo dá nome ao livro que acaba de ser lançado na Região. Fruto da parceria entre Agência de Desenvolvimento Econômico, Consórcio Intermunicipal e Prefeitura de São Bernardo, a publicação, bilíngue (português e inglês), de 278 páginas, aprofunda, por meio de textos de 29 autores, o debate sobre as potencialidades do ABCD no fornecimento de produtos e serviços à cadeia de petróleo e gás.

Maior cluster industrial da América Latina, a Região já está inserida na referida cadeia, por meio do Polo Petroquímico da Braskem, da Refinaria de Capuava e de várias indústrias químicas. Pela RAIS, o total de empregados dessas empresas no ABCD, em 2012, era de 34,6 mil pessoas, em 841 estabelecimentos. O valor adicionado gerado era, em 2010, de R$ 72,9 bilhões ou 8% do valor adicionado no Estado de São Paulo. Acrescentem-se ainda as muitas empresas do complexo metal mecânico e de outros setores que também fornecem para a cadeia produtiva, bem como as universidades e centros técnicos instalados na Região que possuem pesquisas e formação relacionadas aos temas da energia e do petróleo e gás.

Temos todas as condições para ter como meta a ampliação da participação da Região na cadeia de fornecimento da Petrobras e das grandes empresas que atuam no pré-sal. Isto, sem abandonar  as vocações atuais da Região. A estratégia, tal como no caso da  indústria de defesa, consiste em diversificar o parque produtivo já instalado para atender às novas demandas da cadeia de petróleo e gás.

O livro chega em boa hora. Apesar dos grandes investimentos do pré-sal - e uma parte deles ocorre na Baixada Santista, bem ao nosso lado -, são grandes os desafios para atingir nosso objetivo.  O poder público está fazendo sua parte. Workshops, seminários e rodadas de relacionamento foram realizados pelas Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Consórcio e Agência. Em junho de 2012, constituímos, na Prefeitura  de São Bernardo, o PAC (Posto Avançado de Cadastramento da Petrobras), para apoio técnico  gratuito às empresas que desejassem inserir-se no cadastro de fornecedores da Petrobras. Em que pesem estes avanços, não conseguimos ainda pleno sucesso na empreitada.

A crise vivida pela Petrobras  passará e o Brasil retomará com força os investimentos no pré-sal. O ABCD precisa intensificar ainda mais sua preparação e articulação. Além disso, é importante que as instituições locais se insiram na luta efetiva pelo cumprimento, por parte do governo federal, de metas claras de nacionalização no fornecimento à Petrobras e demais empresas atuantes no pré-sal.

Dada a importância do livro, recomendo que os municípios ampliem o número de exemplares impressos, bem como façam ampla divulgação da publicação. O livro poderá também ser obtido em breve, em versão eletrônica, nos sites das instituições parceiras responsáveis pela publicação.

*Jefferson Conceição é Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A “Indústria 4.0”

2 e 3 de dezembro de 2014

 

opinião

 
 

A quebra de paradigmas na forma de produzir da indústria ocorre em ciclos, cuja periodicidade  tem se reduzido nas últimas décadas.

 

A primeira revolução industrial, ocorrida em meados do século 18, consistiu na introdução de  sistemas mecânicos à manufatura. Sua síntese foram as máquinas a vapor aplicadas às inovações de equipamentos da indústria têxtil, incrementando a produtividade.

 

A segunda revolução, no início do século 20, residiu na introdução da produção em massa, possibilitada pelas linhas de montagem e pela extrema divisão do trabalho. As fábricas automobilísticas simbolizaram este modelo. A terceira revolução, a partir dos anos 1970, repousou na introdução das tecnologias eletrônicas e de informação no chão de fábrica. Eram sistemas computadorizados, que permitiam maior automatização da produção.

 

Agora, há sinais de que a quarta revolução (intitulada a “Indústria 4.0”) está sendo estruturada com base em um aprofundamento no uso das tecnologias de informação, que permitirá a comunicação entre as máquinas; entre as máquinas e os produtos; e entre as máquinas e os serviços, como é o caso da manutenção das próprias máquinas. Esta revolução intensifica a automatização dos processos. São as fábricas inteligentes do futuro.

 

Uma das empresas que busca desenvolver os conceitos da indústria 4.0 é a BMW, em sua fábrica veículos em Leipzig, Alemanha, na linha de montagem do i3, o primeiro modelo elétrico da empresa. A indústria automobilística em geral já é bastante automatizada, mas a automatização do processo neste caso é potencializada pela capacidade dos computadores, grande quantidade de informações digitalizadas e integração de sistemas. Outras empresas, como a Siemens, também têm se destacado.

 

Temos que nos preocupar com o emprego, especialmente com aquelas funções que realizam atividades mais repetitivas. Será preciso continuar a busca de acordos de informação prévia, requalificação e reaproveitamento de pessoal. Mas há também oportunidades. No Brasil, uma delas reside em que a Indústria 4.0 abre a oportunidade de se acelerar projetos como o Modermaq (ou Moderfábrica), para incentivar a produção e a venda de máquinas e equipamentos novos nacionais, em um programa de renovação e reciclagem do parque fabril.

 

Este parque é composto por máquinas e equipamentos cuja idade média é de 17 anos (contra sete nos EUA e cinco, na Alemanha). Este perfil também é uma das causas pelas quais muitas empresas brasileiras, especialmente as médias e pequenas, estão associadas à tecnologias menos atualizadas. Pelo programa, que visa renovar 1/3 do parque fabril, haveria um forte incentivo à desoneração dos investimentos em máquinas e equipamentos, geração de crédito tributário e financiamento competitivo.

 

Outra oportunidade trazida pela  Indústria 4.0 é a necessidade de maior comunicação entre indústria, sindicatos e universidades/escolas técnicas. Estes atores, juntamente com o governo, necessitam trabalhar mais projetos conjuntos, no chamado modelo “tríplice hélice”.

 

 

*Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.