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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Turismo na região industrial


 
Jefferson José da Conceição

 
Com a industrialização, o ABC passou a ser identificado, no Brasil e no mundo, como a região da indústria, do trabalho e do sindicalismo. Esta identidade foi e é positiva para nossas cidades, e pode apontar caminhos para o turismo. Diferente do que pensam alguns, não há um antagonismo radical entre o fato de sermos uma região industrial e querermos promover o turismo. Por si, já seria muito interessante mostrar fábricas, chaminés e sindicatos (turismo industrial), mas podemos ir além. A densa trajetória industrial também nos proporcionou um rico legado em equipamentos públicos e privados, pontos históricos, gastronomia, festas, hábitos e costumes.

 

Se fizéssemos pesquisa em várias partes do país e perguntássemos que motivos levariam as pessoas a programar uma viagem para a região do ABC, é provável que muitas delas indicassem a necessidade da realização de negócios na região. Aqui está o maior parque industrial da América Latina. Mas elas também diriam que seria legal conhecer “in loco” as atrações de uma cidade industrial: ver em funcionamento uma fábrica; passear pela história do movimento sindical - e que passa, por exemplo, pelo Estádio 1º de Maio, pela Igreja Matriz e pelo Sindicato. Registre-se que neste momento a Prefeitura de São Bernardo, a partir da firme determinação do Prefeito Luiz Marinho, constrói o Museu do Trabalho e do Trabalhador. De fato, a nossa marca está associada à indústria e ao trabalho. Cabe às gestões públicas e à cadeia produtiva do turismo (composta por empresários dos equipamentos receptivos, hotéis, restaurantes, agencias de viagens) construir uma política para o turismo que se “aproveite” desta marca; não “duelar” com ela. 

 

Assim aos turistas deve ser apresentado um conjunto de opções que, a partir do seu desejo de fazer negócios e de conhecer algumas linhas de montagem e as lutas sindicais mais marcantes, faça-os também se interessar pelo entrelaçamento de nossa história com a do Brasil-Colonial (preservada na Calçada do Lorena, de 1792); com a imigração de europeus e asiáticos, que vieram para trabalhar primeiro nas lavouras de café do Estado e, depois, nas primeiras fábricas têxteis, alimentos e móveis; o Pavilhão Vera Cruz, relacionado com a história do cinema brasileiro e de industriais como Ciccilo Matarazzo; o Ginásio Poliesportivo; a Cidade da Criança; o Parque da Juventude; a Chácara Silvestre; a Rota do Frango com Polenta; a Rua Jurubatuba, nossa Rota dos Móveis. Há ainda os encantos de nossa Mata Atlântica e da Represa Billings, que é um dos maiores espelhos d’água do país.  Para fomentar o turismo na área, estamos revitalizando o Parque Estoril e a Prainha.

 

Com alegria antecipo que, em breve, estaremos anunciando publicamente parceria com uma grande empresa operadora do turismo. A intenção é estruturar um roteiro turístico (incluindo o turismo industrial) a ser disponibilizado para as pessoas que queiram conhecer todos os encantos – os mais e os menos conhecidos - desta simbólica, histórica e bela região industrial.

 

Jefferson José da Conceição é o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo e Presidente do Getur- APL de Turismo.