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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Parque Tecnológico de São Bernardo do Campo


31/01/2013 - INVESTIMENTO
 
 
 
Por: Jefferson José da Conceição e Marco Aurélio Cezarino Braga*
 
 
Lançamento do projeto é momento histórico para o ABCD
No dia 19 de dezembro de 2012 fundou-se  a Associação Parque Tecnológico de São Bernardo. É um momento histórico para o ABCD. A industrialização significou para a Região a atração de investimentos, empresas, produção e emprego, bem como de gestores públicos de expressão, de conceituadas instituições de ensino e pesquisa e de representativos sindicatos de trabalhadores. Porém, raramente esses atores trabalharam em projetos coordenados de desenvolvimento tecnológico. É nesse sentido que se insere a criação do parque tecnológico, com a função de articular, coordenar e catalisar atividades inovativas na Região.
O momento é igualmente histórico porque, com o início de suas atividades, o Parque Tecnológico passa a se constituir em fator positivo de competitividade nas decisões de investimentos das empresas e impulsiona novos empreendimentos e aportes em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I).
Sob a orientação do prefeito Luiz Marinho, ao longo de quase dois anos de trabalhos foram visitados alguns dos mais importantes parques tecnológicos existentes (Advanced Manufacturing Research Centres – Rolls Royce/Reino Unido, BHtec, Parque Tecnológico de São José dos Campos, Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, Porto Digital, entre outros), objetivando reunir conhecimento acerca dos diferentes modelos de organização. Estas experiências, adequadas à realidade do ABCD, serviram de inspiração para a iniciativa do município – sendo pioneira na incorporação dos trabalhadores no conselho de administração da entidade.
A Associação Civil de fins não econômicos tem por objetivo a promoção de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica e o suporte a atividades empresariais intensivas em conhecimento, especificamente nos setores de defesa, petróleo e gás, design e automotivo.
Com a assessoria da FGV Projetos, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, articulou a inserção de importantes atores do município e Região na iniciativa. Além da Prefeitura, participaram da Assembleia de fundação da Associação o Cesp São Bernardo; o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (CISB); o Senai Almirante Tamandaré; a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo; a Fatec-SBC; a FEI; o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; o Sindicato dos Químicos do ABC; o SIintracom; a UFABC; e a Umesp. Além disso, três outros atores já solicitaram sua filiação: a Acisbec, a Agência de Desenvolvimento Econômico e o APL de Ferramentaria.
O modelo de governança da Associação conta com cinco órgãos: Assembleia Geral, Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Conselho Técnico-Científico e Diretoria Executiva, com alto grau de coordenação e comunicação interna. A Assembleia de fundação aprovou o estatuto e elegeu os membros de seus órgãos. 
Este momento marca o início de um período fértil e muito dinâmico para a inovação tecnológica na Região. Em breve, nossas atenções e esforços estarão voltados à consolidação da localização definitiva do Parque, bem como a elaboração e execução dos projetos básico e executivo da obra. Assim, com o início de suas atividades e focos bem definidos, o primeiro Parque Tecnológico do ABCD coloca definitivamente o município e a região no mapa nacional e internacional da inovação tecnológica.
 
* Jefferson José da Conceição
é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo
 
* Marco Aurélio Cezarino Braga
é advogado e Consultor da FGV Projetos

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O APL de Ferramentaria e suas primeiras conquistas


Jornal ABC Maior – EDIÇÃO Nº 526 – 22 de janeiro de 2013

 
Jefferson José da Conceição

 
Em 8 de janeiro deste ano, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, reuniu-se com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, para tratar do setor de Ferramentaria no Brasil. Marinho - que esteve acompanhado deste que vos escreve e de três representantes do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ferramentaria do ABCD - destacou a importância de nosso APL, que reúne prefeituras, empresários e sindicatos da região. Em nome do APL, o prefeito entregou ao ministro documento contendo diagnóstico e propostas para o setor no Brasil. O documento também prevê o compromisso com a manutenção e geração de empregos. Por fim, enfatizou que as ações do APL podem servir de modelo para outros segmentos.

O setor de ferramentaria abrange 1.852 estabelecimentos no Brasil (sendo 110 no ABCD) e representa 55.560 empregos (dos quais 3.300 na Região). Sua cadeia produtiva representa 8.533 estabelecimentos e gera 166.860 empregos. Com o novo Regime Automotivo INOVAR AUTO), que concede incentivos à produção nacional, a demanda de ferramentais deverá duplicar e o nível de emprego terá forte expansão.  Apesar dessas perspectivas positivas para a demanda, o setor passa por dificuldades, o que compromete seu presente e futuro. Um dos motivos é a grande importação de ferramentais. Nos últimos cinco anos, o déficit na balança comercial totalizou US$ 1,2 bilhão (R$ 2,4 bilhões).

Neste quadro, grande parte das empresas do setor tem dificuldade em obter certidões negativas de débito (CND) para ter acesso aos financiamentos necessários para modernização, inovação e aumento de capacidade. 

O ministro mostrou-se bastante receptivo às propostas apresentadas pelo APL. Afirmou que o Programa INOVAR AUTO visou fortalecer também a indústria de ferramentaria e que o Brasil pode tornar-se um forte competidor internacional neste segmento. Reconheceu que a inclusão da ferramentaria entre os setores beneficiados do Regime é fruto das ações do APL do ABCD. O ministro considerou excelente a proposta de constituição de um Grupo de Trabalho de companhamento para o Setor de Ferramentaria no Brasil. Concordou também em dialogar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para constituir o “Pró-ferramentaria”, linha de crédito específica para atender as necessidades do setor, bem como para estruturar modalidades de financiamento, por meio de agente financeiro, que ajudem a resolver as pendências documentais citadas.

Em relação às propostas na área tecnológica, Pimentel recomendou que a proposta de desenvolver a nova tecnologia de material e ferramental de hot-form se enquadre no edital da Finep, de incentivo ao desenvolvimento de novos materiais. Uma boa notícia também foi a aceitação pelo ministro da proposta de manutenção dentro da lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC) as NCM’s 8207.3000; 8480.4100 e 8480.7100, relativas ao Setor de Ferramentaria. Isto significa maior proteção contra a concorrência internacional.

O ministro sugeriu que o APL do ABCD constitua-se formalmente como pessoa jurídica, para a obtenção de recursos de apoio por parte do Ministério. E disse que pretende estimular a difusão desta experiência em outras regiões do País.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A política industrial da Região


 
Jefferson José da Conceição
 
Nos últimos quatro anos, ajudamos a desenvolver uma política industrial para a  Região. Um breve resgate desta política é o objetivo deste artigo.

Uma das diretrizes desta política em curso é conectar os setores tradicionais de nossa estrutura industrial –centrada na automotiva, metal-mecânica, química e petroquímica

– com as oportunidades de investimentos criadas pelas cadeias produtivas de petróleo e gás e de defesa, segmentos intensivos em encomendas para a indústria e geração de tecnologia. A intenção é diversificar a produção e colocar o parque industrial do ABCD como ofertante de produtos e serviços para estas cadeias. Por isto, realizamos

diversos workshops e rodadas de negócios sobre o tema. Na área de petróleo e gás, destacamos também a instalação, no térreo da Prefeitura de São Bernardo, do Posto Avançado de Cadastramento da Petrobras, cujo objetivo é ajudar no cadastramento de

fornecedores, produtos e serviços para aquela empresa. Na defesa, a constituição de uma Agência de Catalogação em Produtos de Defesa e a realização de novas rodadas

de relacionamento e negócios entre as empresas e as Forças Armadas (como a que aconteceu com a Marinha em 6/12/2012) são os próximos passos. Pretendemos

também estruturar e reunir dois APLs (Arranjos Produtivos Locais) estratégicos: o de “Petróleo e Gás”, que articulará a Prefeitura, as empresas, as universidades e outros atores do município e Região; e o de “Defesa”, com composição semelhante. Em ambos os casos, a finalidade é a elaboração de diagnósticos e a implementação

de políticas para os segmentos. Também têm sido profícuos os resultados do APL de Móveis (com vários resultados já alcançados e que será objeto de outro artigo) e

o de Ferramentaria do ABCD. Este último também conta com nossa coordenação e tem a participação efetiva de cerca de 40 empresas (no total, já passaram pelas reuniões do Grupo de Trabalho mais de 80 empresas), bem como de representantes da Abimaq, da Abifa e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Estão entre os principais resultados do APL até o momento: a introdução dos benefícios explícitos à ferramentaria no recém-lançado Regime Automotivo Brasileiro; as negociações com

cada uma das montadoras, com vistas à geração de encomendas para o setor; a elaboração de um modelo de negócios para o APL; a constituição de um site para o

APL, ainda em construção. Pretendemos reproduzir a experiência do APL de ferramentaria para o segmento das empresas de autopeças, um dos elos mais atingidos pelas mudanças na dinâmica do setor automotivo. O aprofundamento de nossa política ocorre também por meio de um relacionamento mais intenso do parque produtivo e do poder público com as universidades e instituições de ensino técnico.

A instalação do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro em São Bernardo foi um dos primeiros resultados nesta direção. Outro passo importante foi dado em dezembro passado, com a Assembléia de Fundação da Associação Parque Tecnológico de São Bernardo.

 

*Jefferson José da Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo do Campo.