Pesquisar este blog

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Desatar o nó da economia



4 e 5 de novembro de 2014

 

São vários os desafios do governo da presidente Dilma, para o período 2015-2019. Os Macroeconômicos são: manter níveis elevados de geração de empregos com estabilidade de preços, aumento da renda, equilíbrio nas contas finanças e nas contas externas. Mais: o Brasil carece de “novos arranques” em áreas como educação, saúde, segurança e infraestrutura.

 

Identificar carências não significa deixar de reconhecer o quanto se avançou nos últimos 12 anos. Ao contrário: novos arranques somente são possíveis porque o Brasil passou por profundas transformações com base no mercado interno.  Programas sociais de transferência

de renda como o Bolsa Família, a Política de Valorização do Salário Mínimo, o Minha Casa, Minha Vida, o Prouni e o Pronatec estão entre  aqueles que tiveram e têm papel essencial nesta estratégia. Este modelo propiciou a inclusão de mais de 40 milhões de pessoas ao consumo.

 

Vejamos um dos principais nós a serem desatados de imediato: a necessidade da retomada do crescimento do PIB. As reduzidas taxas de crescimento econômico no primeiro mandato de Dilma (média de 2% ao ano) contribuíram para que, apesar de taxas de desemprego em níveis mais baixos na história recente, segmentos da sociedade brasileira estivessem mais propensos

ao discurso de partidos conservadores, que insistem em não reconhecer os avanços no último período. Muitos destes segmentos aderiram às críticas amplamente veiculadas pela grande mídia, aos programas sociais mencionados. No final da campanha, marcada pelo preconceito,

pôde-se notar que parte desses segmentos passou a tomar estes programas como se fossem

“contrários” aos seus interesses. O que é um ledo engano, porque, ao incluir os segmentos das camadas “C”, “D” e “E” como consumidores, os programas acabaram por ampliar também os ganhos das classes “B” e “A”. O Brasil todo foi e é beneficiado por estas políticas. Em um quadro de baixas taxas de crescimento na economia internacional, não é tarefa fácil aumentar o PIB. Mas o esforço tem que ser feito e passa também por ajustes na política industrial. A indústria é o coração da economia, por sua capacidade de puxar a dinâmica econômica para frente (serviços, exportações, inovações tecnológicas) e para trás (cadeias fornecedoras). É preciso criar condições para que a indústria nacional volte a ser competitiva. Isto significa rediscutir a política cambial. É preciso ter uma política mais “agressiva” de exportação, e encaminhar programas setoriais em andamento como o Inovarauto e Inovapeças (setor automotivo), Reiq e Repequim (setor químico), Retid (defesa).

 

Entre as políticas horizontais, é essencial fortalecer a participação da produção local em projetos como o do Pré-Sal e o de Defesa; implementar política de incentivo à modernização do maquinário de nossas industrias (Modermaq); aprofundar a política de desoneração dos investimentos produtivos e de desoneração da folha de pagamentos. Muito importante também

acelerar o Supersimples, que facilita a vida tributária das empresas.

 

*Jefferson Conceição é secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário