Pesquisar este blog

terça-feira, 7 de maio de 2013

Trabalho e conhecimento


2 ABCDMAIOR | 7 e 8 de maio de 2013

 
Jefferson José da Conceição
 

A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, criada em 1998, foi uma importante inovação institucional da Região. Fruto de um dos acordos da Câmara Regional do ABC, que funcionou em sua plenitude na segunda metade daquela década. A agência de Desenvolvimento e o Consórcio Intermunicipal são, desde então, diferenciais de organização institucional e competitividade da Região no País.

Instituição sem fins lucrativos, a agência, que teve como seu primeiro presidente o saudoso Prefeito Celso Daniel, tem como missão principal dar suporte em três áreas: a) implementação de plano de marketing (divulgando as potencialidades da Região); b) montagem de banco de dados; c) apoio ao fomento da atividade econômica regional. Os sócios da agencia hoje são o Consórcio Intermunicipal; as associações comerciais e industriais dos sete municípios; os sindicatos; as empresas do polo petroquímico; as universidades. Esta composição revela sua natureza mista, não estatal.

A Agência do Grande ABC teve sua constituição inspirada na experiência de agências europeias. Uma delas é a Agencia Sviluppo Nord Milano, de Sesto San Giovanni, cidade que faz parte da região metropolitana de Milão, e que, ao longo do século 20, abrigou empresas de grande  porte como Pirelli, Magnetti Marelli, Breda e Campari. Sesto San Giovanni, que tem cerca de 100 mil habitantes, também sofreu com a saída de empresas (Falk, Magnetti Marelli, Breda), o desemprego e a queda da qualidade de vida. O processo estimulou a construção de parcerias entre o setor público e o setor privado, lideranças políticas e representações sindicais. Outra experiência de agência

que foi alvo de atenção quando da criação de nossa agencia é a do Vale do Ruhr, na Alemanha. Nessa região, a partir da mobilização e da aproximação de poder público, setor privado, sindicatos e outros, constituiu-se uma agencia com a função de elaborar políticas de desenvolvimento econômico local.

 Quinze anos depois, o Brasil ainda carece de políticas nacionais de suporte às iniciativas de organizações subnacionais, como são os consórcios e as agências. Apesar disso, a Agência de Desenvolvimento tem  contribuído de fato para o nosso desenvolvimento. Entre os principais trabalhos já realizados destacam-se a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região, em parceria com o Seade-Dieese; o apoio à constituição de incubadoras de empresas; o Projeto ABC-Milano; a divulgação de informações sobre financiamento às empresas; o apoio aos APLS (arranjos produtivos locais), a realização de estudos, fóruns e seminários, entre outros.

A posse da nova diretoria da agência – que agora tem como presidente o sindicalista Rafael Marques, e como vice-presidente, o professor, Joaquim Freire– traz expectativas positivas. O tema da inovação, tecnologia e qualificação tem sido trabalhado como prioridades, tanto por  sindicatos quanto por universidades. A dobrada “trabalho e conhecimento” no comando da agência, apoiada por todos os demais setores, pode criar as condições para um novo salto na Agencia.

 

 

*Jefferson da Conceição é o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo

Nenhum comentário:

Postar um comentário