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sexta-feira, 13 de março de 2015

DESENVOLVIMENTO E GENERO: O EXEMPLO DA SUECIA


Jefferson José da Conceição e Cleo Duarte
A partir das iniciativas de parcerias com a Suécia, promovidas pelo Prefeito Luiz Marinho desde 2009, temos, na gestão pública de São Bernardo do Campo (SBC), aprendido com o modelo de desenvolvimento sueco. Neste mês de março, em que se comemora internacionalmente a luta das mulheres pela igualdade, é oportuno destacar a relação entre o elevado desenvolvimento sueco e a igualdade de gênero naquele país.
A busca da igualdade, prevista em lei, começa desde a pré-escola e segue em todos os estágios da formação sueca. A coautora deste artigo trabalhou vários anos como pedagoga em pré-escolas de Estocolmo. Na de Tullstugan, que têm crianças de 1 a 6 anos de idade, a igualdade era um dos pontos principais trabalhados. Não há atividades, brincadeiras ou brinquedos específicos para meninos ou meninas. Estimula-se a criança a partir daquilo que desperta o seu interesse. Elas aprendem que, antes de serem meninos e meninas, são indivíduos que têm direitos a serem respeitados. Juntos, meninos e meninas aprendem a cozinhar, costurar, bordar, limpar.
A partir do sistema educacional, a igualdade alcança as etapas da vida familiar e profissional. É comum a presença dos homens nas tarefas da criação dos filhos e da manutenção da casa, especialmente em um país em que na prática não há empregadas domésticas. A guarda dos filhos é compartilhada, quando da separação do casal.
No campo profissional, o coautor deste artigo constatou, na recente missão que coordenou em visita às universidades e empresas suecas, que a presença delas é até majoritária nos níveis de graduação, mestrado e doutorado. Ocupam, igualitariamente, os altos escalões do ensino e da pesquisa, bem como dos postos de comando das empresas. Constituem 50% da população ativa no mercado de trabalho e têm a mesma remuneração. As mulheres contribuem fortemente para o sucesso do modelo “tríplice hélice” – também a ser seguido -, que articula gestão pública, universidades e empresas em projetos conjuntos.
As brasileiras ainda precisarão lutar muito para atingir o patamar sueco. Aqui, além da autonomia e da igualdade econômica, a luta também reside no fim da violência contra as mulheres.
Nas políticas de desenvolvimento econômico de SBC, buscamos promover ações para a autonomia das mulheres. Das 70,5 mil pessoas inscritas na CTR de 2010 até hoje, 40 mil foram mulheres. Entretanto, das pessoas que conseguiram colocação, 9 mil foram homens e 7,4 mil, mulheres. É preciso melhorar estes números, por meio do diálogo com as empresas. Em APLs como o têxtil e de confecções, de força de trabalho feminina, procuramos estabelecer políticas que incrementem a formação e, assim, melhorar a remuneração. Na Economia Solidária, ações como a constituição da Incubadora SBCSol, também merecem destaque, pois a maior parte dos empreendimentos é de mulheres. Cabe retomar o Posto de Atendimento às Empregadas Domésticas. Para isto, estamos buscando novos parceiros. Outras medidas, como a proposta de linha de crédito com juros menores para as mulheres empreendedoras (já que elas são melhor pagadoras), serão reapresentadas pelo Município ao Governo do Estado, em nossa parceria no Banco do Povo.
Jefferson José da Conceição é Secretário de Desenvolvimento Econômico de SBC. jefferson.jose@saobernardo.sp.gov.br
Cleo Duarte é assessora da Secretaria.cleusa.duarte@saobernardo.sp.gov.br
Artigo publicado no ABCDMaior, em 13/3/2015.

#equidadedegenero#politicasparaasmulheres

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