ABCDMAIOR | 19 e 20 de março de 2013
Jefferson José da Conceição*
O APL (Arranjo Produtivo Local) de Ferramentaria do
ABCD, criado em 2011, aos poucos se
constitui como um “case” de sucesso de política industrial regional. Empresas,
apoiadas pelo poder público, perceberam que, sem abdicar da concorrência, podem
e devem utilizar da cooperação como instrumento em seu próprio benefício.
O que move as empresas a buscar a cooperação é a
crise, gerada pelos novos competidores, especialmente a China; a redução das
encomendas das montadoras. Nos últimos cinco anos, o País apresentou déficit na
balança comercial de ferramentais de US$ 1,2 bilhão. Este quadro levou com que
alguns empresários do segmento, as prefeituras da Região (com destaque para São
Bernardo e Diadema), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Abifa, a Abinfer e
a Abimag a buscar soluções conjuntas.
Os objetivos que o APL fixou para si são: a)
fortalecer o associativismo e a cooperação entre as empresas; b) diálogo com as
montadoras, para incluir as ferramentarias nacionais nos futuros projetos de
veículos; c) prospectar novos mercados, especialmente nas promissoras áreas de
petróleo e gás e da indústria de defesa; d) dialogar com as instituições
financeiras, para viabilizar o crédito para o segmento; e) incluir a engenharia
de ferramentais em projetos de inovação tecnológica.
Entre as ações em curso e as realizações já
alcançadas pelo APL de Ferramentaria estão: 1) A participação do APL no grupo
de trabalho do governo federal que trata do Regime Automotivo; 2) A inclusão
dos moldes e ferramentais entre os itens beneficiados pelo Inovar-Auto (novo
regime automotivo); 3) O início das conversações com as montadoras, para
incrementar as encomendas no Brasil; 4) A reunião, em janeiro, do prefeito de
São Bernardo, Luiz Marinho, acompanhado da Coordenação do APL, com o ministro
de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na qual foram debatidas as
políticas de financiamento, regime automotivo, manutenção de alíquotas da
Tarifa Comum do Mercosul para itens sensíveis; 5) Diálogo com o BNDES, para um
programa de financiamento ao setor – o “Pro-ferramentaria”; 6) O início de uma
programação de visitas de universidades à empresas, e, no sentido inverso, de
empresas à universidades, cuja finalidade é buscar sinergia em projetos de
P&D; 7) A abertura de discussões no APL sobre a formação de um Birô de
Engenharia, que envolve um diálogo com universidades como UFABC, FEI e Instituto
Mauá, bem como com o Senai e o Sebrae; 8) a busca de diálogo com parceiros
internacionais, como o instituto HIDA, do Japão, para joint ventures e
parcerias com empresas daquele país; 9) A participação do APL na fundação da
Associação Parque Tecnológico de São Bernardo; 10) O avanço na discussão do
Estatuto do APL; 11) A constituição do site www.aplferramentaria.com.br.
O modelo de sucesso do APL de ferramentaria pode,
com adaptações, servir para outros setores, como autopeças, químico, gráfico e
defesa, que também estão constituindo com o nosso apoio seus APLs.
ernardo.
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